Conversámos com Javier Maide, o nosso responsável pelo Gabinete Técnico de Pré-venda, sobre os avanços e desafios nos sistemas de extinção de incêndios aplicados ao setor ferroviário. Maide explica-nos a forma como a inovação e a digitalização estão a redefinir estes sistemas para enfrentar as condições mais exigentes, garantindo sempre a segurança e a eficiência. Nesta entrevista, também nos partilha a sua visão sobre as tendências futuras no âmbito da segurança ferroviária e oferece conselhos práticos para quem quiser entrar numa carreira na engenharia ferroviária.
1 Que inovações recentes é que viu no âmbito dos Sistemas de extinção aplicados ao setor ferroviário?
Os Sistemas de extinção que se integram nos Sistemas contra incêndios evoluíram para se adaptarem às próprias exigências do setor: robustez, segurança e digitalização. Desta forma, a solução foi adaptada para responder de forma ótima sob condições hostis, como vibrações, temperaturas e impurezas. Além disso, os Sistemas introduzem cada vez mais componentes eletrónicos que digitalizam a solução, dando-lhe versatilidade. Por último, as exigências Safety, tão presentes no setor, chegaram aos equipamentos de extinção e, atualmente, trabalhamos com componentes SIL 2 em componentes básicos como as válvulas, aerossóis, etc.
2 Quais os maiores desafios que enfrenta ao implementar estes sistemas?
A fase mais complexa é a conceção da solução. É necessário enfrentar um puzzle para se poder encaixar todos os requisitos dos diferentes atores: Regulação local quanto a tempos de funcionamento, certificações do operador, dimensionamento dos equipamentos e integração em soluções cada vez mais inter-relacionadas. Mas se tivesse que proferir uma só palavra, dir-lhe-ia: peso. É muito importante que se chegue à solução mais eficiente, pois os engenheiros ferroviários enfrentam sempre o peso global do veículo, que redunda sempre num transporte seguro.
A importância do cumprimento das regulações e padrões de segurança
3 Como é que garante que cumpram as regulações e padrões de segurança na indústria ferroviária?
Os Sistemas de Extinção instalados dispõem de certificações individuais. E, de igual modo, o conjunto tem que contar com a certificação global de segurança. Como se isto não fosse suficiente, as equipas de safety do cliente e do operador têm que validar a solução. E, finalmente, antes de entrar em operação, um agente externo audita com base na regulação internacional.
4 Pode partilhar um projeto recente em que tenha trabalhado que destaque a importância dos Sistemas de Extinção na segurança ferroviária?
Estamos a trabalhar atualmente na solução mediante água nebulizada a alta pressão que a Triple E vai implementar nos veículos que a CAF fabricará para a Metro de Madrid. Estamos muito entusiasmados porque vamos dar mais um passo no nosso conceito de boutique. O sistema será fornecido totalmente integrado numa armação, satisfazendo seguramente o nosso compromisso total de conceção à medida. O cliente recebe o material para fixar e conectar.
Tendências futuras nos Sistemas de Extinção ferroviária
5 Que tendências é que acha que marcarão o futuro dos Sistemas de Extinção no setor ferroviário?
Digitalização e inteligência com comunicações eletrónicas, juntamente com a otimização da fiabilidade. Isso implicará taxas de falhas minimizadas, redundâncias e ausência de falsas ativações, respeitando o meio ambiente ao máximo mediante o uso de fluidos eficientes e inócuos na medida do possível.
Recomendações para as novas gerações de engenheiros ferroviários
6 Uma última questão. Que conselho é que daria aos jovens profissionais que estão interessados numa carreira de engenharia ferroviária?
Que a verificação dos seus trabalhos e soluções na prática do dia a dia é muito importante. Recomendo que “sujem as mãos na oficina” e comprovem os exercícios teóricos com casos práticos. Qualquer conceção deve ser testada antes de fazer parte do veículo.