Descubra os segredos para selecionar um fornecedor de soluções de segurança eletrónica ferroviária, a importância da inteligência artificial nesta área, a gestão responsável de componentes obsoletos e o futuro da indústria de acordo com Julián Romasanta, General Manager da Triple E – EEESA.
1.Quais é que são os aspetos fundamentais que uma empresa ferroviária deve ter em conta ao selecionar um fornecedor de soluções de segurança eletrónica?
Em primeiro lugar, a situação comercial e a força financeira. A vida útil do material rolante é de muito longo prazo e deve-se garantir que o fornecedor estará sempre ao seu lado. Do ponto de vista técnico, é fundamental que se garanta que a empresa selecionada é capaz de cumprir a regulação ferroviária homologada na Europa com a UNIFE. Além disso, é importante que o fornecedor possa demonstrar que a segurança é realmente o objetivo primordial da solução proposta. E, para tal, não há melhor forma de o fazer do que proporcionando níveis SIL 2 (Safe Integrity Level), e garantindo produtos digitais ciberseguros e a capacidade de integração de sistemas de extinção.
2.De que forma é que as Inteligências artificiais têm cabimento num ambiente tão complexo e delicado como o da Segurança Eletrónica Ferroviária?
Partindo da base de que, por se tratar de evitar tragédias, o conceito safety sempre terá por detrás os melhores engenheiros, a inteligência artificial vai constituir uma ferramenta fundamental para robustecer o rendimento dos sistemas. A capacidade preditiva otimizará as tarefas de manutenção preventiva e sugerirá correções antes da ocorrência de um evento perigoso. Nas empresas de segurança eletrónica, já estamos a trabalhar com soluções IA que otimizam com base em experiências e sensorizações.
3.Relativamente à reciclagem e ao reacondicionamento de equipamentos de segurança eletrónica ferroviária, como é que a Triple E aborda a gestão responsável dos componentes eletrónicos obsoletos ou em desuso? São implementadas práticas de reciclagem e reutilização de materiais para minimizar o impacto ambiental e promover a sustentabilidade no setor ferroviário?
As soluções que a Triple E implementa são concebidas para estarem em funcionamento durante décadas. Não existe nenhuma obsolescência programada. Por cultura, compromisso e know-how sempre tentaremos efetuar uma reparação, de preferência a uma mera substituição. Partindo do facto de o nosso dever para com a sustentabilidade começar com procedimentos para prevenirmos a contaminação e a geração de lixo eletrónico, posso-lhe confirmar que na Triple E temos as melhores práticas ambientais implementadas e queremos contribuir com o nosso grão de areia para a forma como o setor ferroviário está a contribuir para os grandes objetivos do planeta. Não só o dizemos nós, mas o nosso certificado ISO 14001 também o demonstra.
4.Qual é que acha que será o futuro da segurança eletrónica ferroviária e que avanços é que espera ver nos próximos anos?
Estamos a viver uma revolução sem igual na indústria ferroviária. Até há muito pouco tempo os comboios eram elementos basicamente mecânicos. E, no entanto, num período muito curto a revolução digital chegou ao material rolante. Significa isto que podemos aumentar de forma exponencial a segurança, tanto para as pessoas como para os ativos. Esta melhoria da segurança resulta de uma capacidade preditiva focada na prevenção do sinistro e em sistemas muito fiáveis caso seja necessário ativar alguma solução atenuante. Além disso, temos que ter em conta que esta digitalização também cria novos riscos, que nos obrigou a adotar soluções ciberseguras. O plano estratégico da Triple E 2021-2025 tem orientações muito claras para ser uma empresa de topo no que se refere a digitalização, segurança e sustentabilidade.